quinta-feira, 13 de agosto de 2015

O amor é...







O amor é o grande torpor da cidade,
Uma passagem trémula e fingida
Que chega a ser uma pequena verdade
Até se perder na paixão repetida.

O amor é uma fantasia atordoada,
Desconcertante, que falha no tempo
De Outono como a luz desviada,
E perde a viva cor pela voz do vento.

O amor é a contemplação da morte,
O impossível dos vivos e esperançados,
Um estado precário de vidro e corte
Que se esvai em corações abandonados.

O amor é a coroação dos infiéis e enganados,
O topázio que não se hesita em quebrar ao meio
Enquanto se vem a saber que já não são amados,
Porque de promessas têm eles o frigorífico cheio…



P.A.

1 comentário:

Anónimo disse...

...eterno e infinito...

1 bj