quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Luas






O que se pode perguntar a todas as luas?
Nada porque elas são tudo o que são,
Existências simples e paixões nuas,
E nada se pergunta nesta condição
De ser ao luar, entre janelas e ruas,
Para não desviar a natural intenção.

Como se podem capturar as luas
E a suas paixões? e com elas cada pedra
E cada árvore que assim permanece?
Não sei porque elas são a solidão
De um pequeno pedaço que padece
Entre o céu e o parapeito da ilusão.

Como se pode ser em vez de ir sendo,
Aquecer o rosto contra a noite solene,
Abraçar a fantasia para além da realidade?
Só sei que vou viver esta questão perene
E debruçar-me sobre uma simples vontade
De sonhar em sair à rua onde ainda há luar.



P.A.



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