Abrem-se janelas para janelas abertas,
Numa unidade de ventos sem retrocessoQue um dia me abalam pela morte,
Entre almas despidas sem recorte
No possível abismo sem acesso.
Cheguei tarde para a vida
Mesmo depois do futuro
Que é uma sigla conhecida
E indecifrável atrás de um muro.
O agora é uma lembrança incerta
Sobre um passado perecível,
O muro da memória coberta
Onde se ouvem risos do impossível.
Fecho os olhos e consinto
Esta dor plantada no entardecer
E indecisão do vento,
Fecho os olhos e mergulho
No teu corpo sem memória
E madrugada, o sentimento
De uma vida acabada.
P.A.