sábado, 10 de dezembro de 2011

Assim seria



Seria ousado escrever assim sobre ti
Com palavras gastas como moeda de troca
Que compra vontades, alegrias, desgostos e ilusões.
Seria injusto descrever o nosso amor cúmplice que evitasse
Nuvens de sobressalto que o tempo excede.
Seria absurdo amar-te num poema estampado
Na razão clara e precipitada que fugisse do silêncio
Aprazível onde o nosso desejo se avulta.
Seria patético oferecer-te flores de amor ornamentado
Sem colher outros instantes mantidos na feição da memória.
Reservo por isso mudos os sentimentos de súbita traição,
Porque o nosso amor é feito de longos passos e verdade imensa.

Tudo seria inútil para além da presença do teu corpo
Como uma dança doce e serena que cela uma aliança.
Tudo seria insuficiente se não contivesse a verdade dos teus poros
Por onde o mundo sai numa espiral de ventos.
Tudo seria enjeitado sem a magia pura que se reparte
Pelo serpenteado das tuas mãos.
Tudo seria inexistente se não fosse o privilégio
Da tua beleza impensada, da aureola ígnea dos teus seios,
Do flamejar interior sem retrocesso que numa só vez
Abala de prazer a fusão do espírito. Tudo seria não sem o amor superior
De que serás comigo eterna.


P.A.


2 comentários:

Mª Fátima disse...

Paulo Sérgio

Nunca tinha lido nada assim! SUBLIME, será o adjectivo mais apropriado para resumir numa única palavra este poema tão intenso.

1 Abraço

Rute disse...

Paulo

Venho desejar-te 1 FELIZ NATAL com tudo aquilo que mais desejares.

1 beijo