Já é tarde como a solidão e tudo se vai apagando
Em redor, perdendo chama, quebrando forma,
Abandonando o fundamento em que se torna,
Para preparar as cinzas do novo esquecimento.
Vejo-me ao fim da tarde a olhar o soberbo da vida
Encostada à ombreira de todos os sonhos descurados,
Revendo as últimas anotações antes da partida,
Numa visão repetida sobre os caminhos vendados.
Chegou a hora do cavar lento das causas invertidas,
Que pelos tons breves do entardecer fará o acolhimento
Até ao interior consumidor das forças desinvestidas,
Na viagem desmaterializada ao infinito desconhecimento.
P.A.
1 comentário:
Há sempre pormenores que nunca se apagam, simplesmente mudam de forma.
Gostei muito do que li, como de costume, uma escrita em fragmentos soltos de um pensamento que se vai desenrolando ao logo da noite,ao som de uma boa música.
1 beijo
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