quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Escrevo o tempo
Escrevo para ti,
despendo todo o tempo a escrever palavras
e sentimentos infindáveis
numa floresta distante
a anunciar uma presença
colhida de parecenças
e sabor tépido
Inebriante
Escrevo para ti,
Escrevo sobre o tempo dos que ficam, dos que partem,
dos que adoecem, dos que morrem,
Tudo num só tempo que ascende
no teu corpo indefeso constante
e aroma ileso
dilacerante
Escrevo para ti
Sobre o tempo suspenso do invisível evidente,
O fio que encarna o riso do apelo impreciso
E pequeno choro aleatório,
Escrevo como um estranho
Sobre o batimento obrigatório
Que para ti me desloca sem fim
Escrevo de ti
o tempo entre dois rostos que partilham a certeza
de se conhecerem no silêncio,
a beleza da alma reservada,
a verdade inacabada
quando de ti unicamente
consigo escrever
a admiração de não dizer.
P.A.
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