São todos os caminhos a morte espectral, aprofundando os encargos do corpo quando este se vê com tanta razão de existir como as ervas nulas que assediam o desencanto. Qual o mais vivente entre os viventes se a todos o espectro do desencanto aprofunda na existência que se quer ser, na subsistência alheia e incomunicável lançada pela indefinição de causas? Talvez as pequenas flores do monte sofram mais o seu desconhecimento enraizado do que um corpo o seu tédio volúvel contemplado pelo espírito. As flores assediam, o vento indica, a alma murmura. Não temos mais que breves indicações do ser, como colunas de pedra no deserto a assinalar a nossa presença infantil num universo de dados, sinos cujo eco expande a nossa radicação, setas apontadas ao vácuo dos sentidos ou intenções que se esgotam na espera do fruto visível. A morte espectral colhe-nos enquanto erguemos colunas ou tocamos os sinos para que sejamos sempre nova visão divertida de um palco comum. Não há este ou aquele caminho que certo bem ilumina ou certo mal transvia. Há o término de todos os seres dividido em portais que esgotam a singular vontade de ser, o entardecer que curva numa opacidade de vertigens, há enfim, todos os caminhos que se cumprem pelo próprio compromisso que morre.
P.A.
P.A.
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