sábado, 27 de novembro de 2010

A chuva a quem pertençe?




A chuva a quem pertençe?
No lugar da chuva ausente
Outra coisa há que vence
pela janela de quem sente

Não há árvores nem sombras
mas nada não pode haver
Mesmo espectros de ondas
ardem nos olhos de ser

O vento mais estranho
parece resumir a vida
Na origem e tamanho
Como a criança intuida

E se a vida é um estado precário
que insiste numa grande trama
esqueçamos esse preçário
E brindemos a quem nos chama

Tudo pertença a ninguém
Na consumação ancestral
E arrefecida que retém
Um espanto de cristal.


P.A.
 

2 comentários:

Sara disse...

Paulo

Mais uma fotografia muito boa!
Dá-me imensa vontade de escrever para ela :).
Gostei muito do poema , mas falo dele noutro dia, porque hoje já é muito tarde...

1 Beijo

Gisélia disse...

... a chuva não pertence a ninguém... é de todos, como o ar!...

Fotografia muito, muito bonita

Beijos :)