sábado, 17 de novembro de 2012

Não existe




O amor não existe como o pensamos
Nem como o sentimos quando pensamos
Que é amor
Só existe como uma ausência presente
Que se une por fora e por dentro
Sem começo ou ligação

O amor não existe como o conhecemos
Nem como o exageramos quando pensamos
Que é amor
Só existe como mágoas pisadas, ilusões resistentes,
Frases mudas que se entrelaçam na condição
Aparente e adiada de tudo

O amor não existe como se ama
Nem como o encontramos quando pensamos
Que é amor
É uma intenção que se move parada
Como a fadiga das ondas que nascem
Do mar consolado para morrerem
No início de outras, movimento
perpétuo que se precipita e desvanece
Na espuma de prazer

O amor que escrevi não existe
Mas persiste dos dois lados da porta
Suspensa, como a falta de palavras
Que ocupa o seu espaço
Reservado a ser.


P.A.

1 comentário:

Paula disse...

Não existe? " Só existe como mágoas pisadas, ilusões resistentes, frases mudas que se entrelaçam na condição aparente e adiada de tudo(...)"...

Bonito poema cheio de desencanto e descrença no amor...que afinal de contas "Não existe".

Um beijo