quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Eternidade





Gosto de ti como o cerne das coisas,
Ao rubro, a arderem de verdade
Como os olhos que cegam de amor e vontade,
Num corpo gladiado se sentidos e prazeres,
Expelido pelo suspiro derradeiro que é a eternidade.
Gosto de ti e nem sei como, quanto e onde.
Como uma esperança permanente sobre aquilo
Que o corpo toca e transforma para além de tudo,
Uma força convicta de que não dependes de nada
Para que se cumpra o destino selado no teu peito,
Que tudo guarda sem prender.
Gosto de ti na imperfeição do tempo e desilusão dos dias,
Porque assim se justifica a intenção de ser,
De percorrer um caminho,
De escolher um lugar,
De alguém encontrar.

P.A.

2 comentários:

Rute disse...

Muito bonito e, como sempre, muito bem escrito. Gostei muito.

Sophie disse...

Sérgio

É muito profundo este teu poema escrito em prosa. Sentido, profundo e intimo! " Gosto de ti como o cerne das coisas(...)"

1 beijo