sábado, 16 de fevereiro de 2013

A tua beleza é




A tua beleza é um monumento imprevisto,
Um mar extenso de paixão e mudança,
Uma certeza incontornável que se engrandece
na visão do tempo e se fixa em todos os lugares
a propósito de uma ideia ou de nenhuma outra coisa
que não seja existir, simples e solenemente,
como tudo o que persiste para além da morte percebida,
e se ama uma só vez pelo infinito dos tempos...



P.A.

1 comentário:

Anónimo disse...

TERNURA

Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada

Olho a roupa no chão que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio…

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

*

DAVID MOURÃO FERREIRA, in INFINITO PESSOAL OU A ARTE DE AMAR,