sábado, 16 de março de 2013

Que razão





Que razão perdura entre nós
Mesmo no silêncio de amigos
Formado por palavras sós
Como eternos desconhecidos.

Agora só te encontro ao fim
Da noite, entre sombras plantada
Por trás de uma ideia de mim,
Assim como uma visão cansada.

Conjectura-se que algo está mal
No interior aparente sem razão,
Sabe-se que a vida é um esforço natural,
Círculo preenchido por fogo sem direcção.

A derradeira causa é pura distracção,
Uma evidência a que sempre resisto,
A vida a que nunca dei atenção
Pela única razão de não ser visto.

Tudo está em tudo e de repente
Tudo morre pela luz saturada,
Como um sonho que não se sente
E onde os olhos cegam à entrada.



P.A.

1 comentário:

SeriaSara disse...

E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos...

Pablo Neruda

E é esta a única "razão que perdura em nós".

Beijo