terça-feira, 11 de novembro de 2014

Em tom menor





Em tom menor subsiste a moléstia.
O sono ataca. A moleza instala-se.
A indolência eterniza-se.
O cansaço, o tédio, a preguiça,
O langor do mundo, já sem dor,
No canto da sala, sem fala, pálido,
Seminu, fastidioso, por vezes rancoroso.
O peso do corpo contra o chão, indefeso,
Reduzido à palma da mão,
Preso ao torpor da alma,
A abater-se para o interior,
Paciente obtuso, lugar confuso,
Voz infundada, obra inacabada,
Desgosto profundo, amor rotundo,
Paz obscura, tudo para o fundo.



P.A.

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