Todos os sentidos que se libertam no momento,
A essência carnosa que se assume numa única veia,
O bálsamo irrecusável coincidente num só tempo.
És a irreverência original em que se transforma a vontade
De absorver os encantos estirados no teu perfume exacto,
A natureza que se desvela pura e se fixa na singularidade
Inconstante do teu regaço, quase insultuoso e insensato,
Como a impossibilidade de conter a disciplina corporal,
Entrelaçada em ondas trémulas de prazer olfactivo,
Numa planície de fragrâncias nascidas do recato carnal,
A entranhar-se sussurrante pelo calor sensitivo.
És a cedência firme de um encontro perfumado
Suspenso nos meandros da utopia corpórea,
A arcádia boreal do imenso espírito derramado
Que se expande para sempre na minha memória…
P.A.