terça-feira, 14 de abril de 2015

Não posso ver-te






Não posso ver-te porque sempre te perdi
Em todos os tempos e lugares dispersos,
Por entre a janela lúgubre em que senti
A memória única do teu corpo imerso,
Num mar calmo de incontestável perdição,
Onde te encontro em sonhos diversos
E intenso abandono sem explicação.
Posso sempre sentir-te porque reclamas
Uma beleza entranhada de mistério ardente,
A implosão dos sentidos, coração em chamas,
Todas as vontades infinitas de quem sente,
Todos os prazeres ligados de genuína paixão.
Não posso ver-te porque sempre te desconheço
Pela imperfeição cega de não saber encontrar-te,
Apenas posso sentir-te porque não te esqueço,
Apenas posso perder-te e amar-te…



P.A.

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