Esgotei as palavras meramente
Ao ouvir-te o interior de excepção,
Ao escutar-te verdadeiramente
E embalar-me na profunda intenção
Do valor da tua voz singular,
Esvaziar-me da minha posição
E atento permanecer sem falar.
Antes do comum significado
De um discurso entendido,
Está a condição do ser dado
E o esforço de ser conhecido
Todas as palavras são residuais,
Imperfeições do eu tangível,
Código cru entre almas desiguais
Em que o teu ser é indizível.
A tua fala é o sentido original
No eixo da existência atendível,
Um poder criador não nominal
Em que o teu ser é indizível
Na pura linguagem permanente
Como todas as formas se sentir
Que a tua voz torna presente.
Uma pausa no momento exacto,
Um silêncio para poder sentir-te,
E se te respondo de imediato
É porque não estou a ouvir-te…
P.A.
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