sábado, 8 de dezembro de 2007

Perdição


A ponte estende-se diurna
numa imagem conhecida
da margem ressentida
que a memória tráz taciturna.

Há os habitantes dessa fuligem
parda entre paredes
que o dia por vezes
crava em perdição e vertigem.

Centelhas de cigarros no escuro
a assinalar o entrave
da vida no fumo suave
que sobe disperso junto ao muro.

São os habitantes sob a avenida
que a morte não enche
mas a outros preenche
no medo da madrugada sentida.

Prostrados às portas da expectativa
como a razão amarga
que o álcool retarda
no esforço da memória repetida.


P.A.

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