É sempre a luz baça do dia
que pelos sentidos se antevê,
a causa de uma cidade fria
em que minha razão não crê.
É pela bruma da cidade tolhida
que se reparte o que não penso,
compassado por uma luz vestida
de sons raros que não dispenso.
As distâncias são o limiar da bruma
que se adensa no desconhecimento,
a cidade inteira que se avoluma
pela novidade do esquecimento.
O impensado pelas ruas a cindir
no compasso dos sons distantes,
é a condição da existência a fingir
pelos arruamentos inconstantes.
Convenço-me que a vida se entrevê apenas
pela cidade cheia e razão vazia,
não conheço por isso senão ruas amenas
pelo olhar da existência tardia.
P.A.
que pelos sentidos se antevê,
a causa de uma cidade fria
em que minha razão não crê.
É pela bruma da cidade tolhida
que se reparte o que não penso,
compassado por uma luz vestida
de sons raros que não dispenso.
As distâncias são o limiar da bruma
que se adensa no desconhecimento,
a cidade inteira que se avoluma
pela novidade do esquecimento.
O impensado pelas ruas a cindir
no compasso dos sons distantes,
é a condição da existência a fingir
pelos arruamentos inconstantes.
Convenço-me que a vida se entrevê apenas
pela cidade cheia e razão vazia,
não conheço por isso senão ruas amenas
pelo olhar da existência tardia.
P.A.
1 comentário:
Gostei imenso deste poema.
JM
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