domingo, 23 de junho de 2013

A sorte e o vento






Há um dia que a sorte e o vento
Se arrastam para um mar de prosas,
Como gotas do acaso num barco de rosas
E inundam o peito de estranho sentimento.

Há um dia que a sorte e o vento
Deixam olhos raiados de coragem,
À luz do sol na pedra que não cansa,
Mas leva para outra dança
As voltas da vida suadas,
Seguras pela aragem
E esperança.

Há um dia que a sorte e o vento
São o único alimento, o sangue
Perpétuo, o choro profundo,
Chama no calor acesa, rasgo
De sentimento e certeza
Que a vida é a causa
Final.


P.A.

1 comentário:

Rute disse...

Há muitos , muitos dias em que a sorte e o vento são o único alimento e há outros dias ainda em que é apenas o vento o único alimento, o sangue é perpétuo e o choro profundo, já não há olhos raiados de coragem em parte nenhuma e a vida não é a causa final, é apenas uma passagem para o descanso eterno: a morte com o seu chegar em pezinhos de lã...

Muito bem escrito,como sempre. Gostei muito.

P.S - Deu-me vontade de baralhar as tuas palavras e dar-lhes outro sentido:)

1 bj