segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O imperfeito jihadista









Aquele que morre para matar
É contrário ao que vive para morrer,
Permanece em estado de raiva e
Ignorância sem compreender
O interior do mar de mudança
Que edifica a crença num Deus
Vivo e Pluralista.
Aquele que morre para matar
Estagna na moral da culpa
E do castigo, voz empedernida
Nas margens erróneas de lama
A gritar toda as proibições divinas,
Dever exterior ao centro, morto por dentro,
Atrás de cortinas envergonhadas
E cegas que combinam o fatalismo
E a obediência de um acto falhado.
Aquele que morre para matar
Luta pela verdade falível
Das palavras cravadas no muro
Intangível do medo e discórdia,
Entre fiel e infiel, mau e bom,
Luz e trevas, guerra e paz.
Aquele que morre para matar
Foi contaminado pelo maniqueísmo
Imperdoável de outro mundo,
De uma verdade absoluta inexistente,
Em oposição à vida sempre renovada.
Aquele que morre para matar
Poderá nem venerar qualquer Deus
Porque a sua anomia espiritual,
Paralisia intelectual e desespero
De intenções, não lhe permitem
Sequer viver essa experiência.



P.A.






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