Não
digas nada, prefiro o silêncio
Que
se constrói pelo inicio das ideias,
Que
é um modo insuspeito de gostar.
Prefiro
o grande vazio dos espaços,
O
sangue que corre pelas veias,
As
pedras soltas, os tons imponderáveis
Do
mar e o espírito em estilhaços
Que
são motivos para não falar.
Mantém-te
quieta, prefiro o desejo
Adormecido
do teu corpo indeciso,
Que
é um modo preciso de escutar.
Prefiro
a visão regrada das formas,
O
prazer que escorre pelo sorriso,
As
mãos leves, o cheiro da pele que
Fica
no ar e o anjo em que te tornas,
Que
são sinais para ficar.
Vê
e abraça-me, prefiro o calor
Eficaz
de um gesto profundo,
Que
é o modo ínfimo de encontrar.
Prefiro
a avidez perdida da respiração,
A
fusão secreta do acto fecundo,
Os
seios etéreos e a voracidade das coxas
Para
apertarem este rio de paixão,
Que
são a eterna ambição de amar.
P.A.
2 comentários:
Lindo!
Feliz Ano Novo
" Solid, solid as a rock"
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