sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Espero e sinto





Espero e sinto o desapego
Do tempo, tudo o que sobra
De valor sem lei ou segredo
Numa jornada que não se cobra.
Espero e sinto o latejar
Da luz no peito rechaçada
Como a liberdade que conduz
A existência despojada.
Espero e sinto uma viagem
Sem rasto, impressão latente
De que a vontade me prende
Como um lastro a esta terra
Evidente, última estada
Antes da partida desafortunada


P.A.

2 comentários:

Anónimo disse...

JOAQUIM PESSOA*

Estou mais perto de ti porque te amo.
Os meus beijos nascem já na tua boca.
Não poderei escrever teu nome com palavras.
Tu estás em toda a parte e enlouqueces-me.

Canto os teus olhos mas não sei do teu rosto.
Quero a tua boca aberta em minha boca.
E amo-te como se nunca te tivesse amado
porque tu estás em mim mas ausente de mim.

Nesta noite sei apenas dos teus gestos
e procuro o teu corpo para além dos meus dedos.
Trago as mãos distantes do teu peito.

Sim, tu estás em toda a parte. Em toda a parte.
Tão por dentro de mim. Tão ausente de mim.
E eu estou perto de ti porque te amo.

*

in 'Os Olhos de Isa'

Rute disse...

Paulo

Essa fotografia remete para o desapego, um deserto sem nada, tanto quanto a vista alcança, nada é preciso nesse lugar onde a pessoa pode despir-se de todas as necessidades materiais.
P.S - Este comentário apenas se refere à palavra 'desapego' e à sua relação com a fotografia...

1 bj