terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

"Teoria de tudo"






Tudo está em tudo, a matéria
Desmonta-se em fragmentos de luz
Infinitos, o espírito carrega-se de carne
E ossos e segue todos os caminhos.
Volta-se o vento, as árvores são musas
Em poses indiscretas plantadas no sentido
Inverso à tempestade cósmica.
Entre o céu e a terra há em cada
Coisa parte de outra coisa, o mínimo
De cada uma é o grau menor das outras,
É impossível que deixe de o ser porque
O máximo de tudo contém todos
Os mínimos em si mesmos, e cada coisa
É grande e pequena à medida dos mundos
Que partem dos sentidos, enfrentam
O caos e criam o sonho e a técnica.
Em cada coisa o tempo é pouco e bastante,
Não nasce nem morre, é um fogo contínuo
Pelos meandros dos homens, peões atirados
A um lugar de cinzas, utopia de vontades
Insurgidas em cifras de saber rotundo.
Em cada coisa há uma espiral
Progressiva e regressiva tomada
Por vulcões maiores que acabarão
Noutras causas sem nome, tempo
Que não nasce nem morre,
Onde se vive e não se foge…



P.A.

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