segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Por vezes...
Foto de: Alexandra Amaral
Por vezes estás só numa floresta
intangível de tons e discórdias,
E é preciso resgatar-te no crepúsculo
Desleal de todas as ameaças,
Por meio do labirinto medonho
De incertezas e contradições,
Cobrir-te de insondáveis carícias
E vivificar o teu sonho
Que ainda vibra nos lábios
Desmaiados, perfeitamente
Delineados no sabor febril
De tantas Histórias.
É preciso trazer-te para este lado
E reduzirmos o infinito
Desconcerto a um abraço inteiro,
Sem receio das palavras
Que foram caindo outrora
Como folhas inesperadas
Entre ramos de insónias
E agonias roucas.
Por vezes estás só
Entre muitas ideias
Que te aclaram a timidez
E inocência do corpo,
E é preciso descobrir-te
Todos os tesouros recriados
Numa senda de luz constante,
Até encontrar o elmo solitário
Dos afectos em fios púrpura.
Por vezes tornas-te num desejo
Impossível de alcançar
No fim de tantas erupções
De prazer premiado
No anjo do teu recato,
És tudo em concreto
Quando estás só
Em abstracto.
P.A.
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