sábado, 29 de setembro de 2007
Criação
Valha-nos qualquer mão benevolente
Como a que no início tragou o mundo
Num equivoco cego de repente
Pondo-nos em cifras de saber rotundo.
Quebrou-se o barro de uma grande peça
E a boca sobra com meia asa segura,
Eclosão que logo a seguir nos resta
a libertar-se na lembrança que perdura.
Valha-nos não só a imagem com olhar de pena
De um Deus fixo sobre a peça abandonada,
como a sentença da obra criada sem tema
e a mão sobre a inquietação trasladada.
Hoje é grande o vácuo da imperfeição
Onde esculpimos a verdade em cada pedaço,
O que era vai sendo o esboço da redenção
Do advento quebrado em novo espaço.
P.A.
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