domingo, 18 de novembro de 2007

Acaso


Há árvores pelo monte,
Um riacho que não reparo
Entre ervas aqui defronte
Em dia quase claro.

Deixo passar o que vejo
Num som quase presente
E feliz que não desejo
Porque estou indiferente.

As nuvens passam cientes
No acaso de as olharmos
Grandes e contentes,
Seguirmos sem pararmos

O dia cresce indiferente
A uma preocupação ancestral
De natureza inconsciente
Como uma gargalhada imortal

Deixo correr a vida
Como uma esperança
Que não será entendida
Por quem alcança.

P.A.

2 comentários:

Anónimo disse...

estes versos fazem-me lembrar uns outros mais antigos: " Na lua imóvel do saber..., e tb : " Fui à floresta dos acasos... . Tx na maneira breve como dizes, nas frases curtas e leves...não sei bem... remete tudo para a essencia das coisas em ti. n sei se percebeste o q quis dizer!... Adorei a foto!!! Literalmente brilhante.

JM disse...

certamente que não foi por "acaso" que surgiu este belo poema, embora sem semelhantes dotes entusiasmei-me e criei o meu blogue, espero comentários em voandosemasas-jm.blogspot.com