domingo, 27 de abril de 2008

Banco de Jardim


Descanso sobre a chaminé que dá para o céu da casa que se vê do banco de jardim. Fechei já os olhos, começa o mundo a brincar em volta de mim, uma grande brincadeira na grande roda da terra, o latejar do barulho distante para lá dos lugares que não conheço, momento celebrado no sono que reconheço. O partir da consciência, o vir das horas sem conteúdo, aos poucos o ar a ficar mudo, apenas sopra uma essência solta das coisas desmontadas que param em mim acordadas quando descanso num banco de jardim. Descanso para lá dos lugares que não conheço deitado no sono que reconheço, sem o manto da consciência poderei por fim dormir neste banco de jardim.

P.A.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei muito. Revela uma outra faceta da tua escrita: texto mais curto, mais "soft" do q o habitual e menos denso. trnsmite paz e tranquilidade.
A mim tb me apetece deitar naquele banco e dormir 100 anos, como a Bela Adormecida...
Gosto mto da foto

Anónimo disse...

Sem o manto da consciência há de novo espaço para fechar os meus olhos doridos, deitar o meu corpo cansado no banco de jardim e esperar, sonhando, que os meus dias não findem ainda, pq, a memória falha-me um pouco mais a cada dia que passa e, não me lembro já de uma mão a tocar o meu rosto com carinho, de um olhar a aproximar-se do meu com ternura, de um abraço apertado e de um coração a bater mais forte por mim, Como pode a memória
atraiçoar-nos desta maneira?!!! Não quero pois findar ainda os meus dias, porque a vontade de reaprender o que a memória me leva a cada anoitecer é poderoso sopro de vida
Olha Paulo teu texto inspirou-me e escrevi uma espécie de poema! Espero q n te importes q tenha utilizado o teu blog para isso...
1 beijo
Sofia