Por vezes não sei o que sobeja dos meus dias, por isso gosto de reter-lhes pedaços de alguns instantes, é a minha maneira de lhes pertencer para sempre.
Suspender aquilo que demais nos faz levantar todas a manhãs e se reparte pelo reconhecimento possível de pessoas e lugares, emergido de outro espaço e tempo abreviados de explicação.
Suster a brevidade dos sentidos durante as pausas que nos permitimos fazer à vida, como o céu que se olha todos os dias mas porque sempre se olha nunca se vê.
Lugares é o tempo diário que decorre de outro tempo mais íntimo, abrangente e primordial como um sonho restabelecido, que desejo fotografar sem o risco de me atrasar para o imediato, mas na convicção de que o aqui e agora se cumpre na eternidade desse tempo, para onde convergem a memória e expectativa.
P.A.
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